Implementação do Imposto Seletivo no Brasil: A Importância da Escolha entre Alíquotas Ad Rem e Ad Valorem
Decisões cruciais na implementação do Imposto Seletivo no Brasil: Alíquotas Ad Rem, Ad Valorem ou uma combinação estratégica?
As Alíquotas do Imposto Seletivo: Priorizando a Eficácia da Política Pública
Na série de artigos sobre o Imposto Seletivo (IS) no Brasil, abordamos a materialidade do tributo e seu caráter extrafiscal. Agora, exploraremos as alíquotas do IS, crucial para alcançar os objetivos de induzir comportamentos saudáveis e sustentáveis.
Modalidades de Alíquotas: Ad Rem e Ad Valorem O IS pode ser cobrado com alíquotas ad rem (por unidade de produto) ou ad valorem (proporcionais ao valor do bem/serviço tributado). A escolha estratégica entre essas modalidades é essencial para a eficácia da política pública.
Alinhamento Constitucional e Recomendações Internacionais A Constituição (EC 132/23) prevê que o IS pode ter alíquotas específicas (por unidade de medida adotada) ou ad valorem. Essa flexibilidade está alinhada a recomendações internacionais, que consideram a natureza do produto e os objetivos da política tributária.
Decisões Estratégicas na Implementação:
• Alíquotas Ad Rem: Fixadas em termos específicos por unidade de medida. Podem incentivar melhorias na qualidade dos produtos.
• Alíquotas Ad Valorem: Variam com o valor da operação, podendo impactar hábitos de consumo. Devem ser usadas com cautela para não desestimular melhorias na qualidade.
Balanceando Alíquotas: A OCDE destaca a importância de equilibrar alíquotas ad rem e ad valorem, ou combinar ambas, dependendo do produto e dos objetivos. A decisão deve considerar mercado, hábitos de consumo e metas da política pública.
Desafios e Recomendações Específicas:
• Cigarros e Bebidas Alcoólicas: Alíquotas específicas podem ser baseadas em quantidade, teor alcoólico, ou uma combinação. A tributação ad valorem pode impactar negativamente a qualidade e incentivar consumo de produtos mais baratos.
Adaptação Constante: A constante revisão e ajuste das alíquotas e métodos de quantificação são essenciais. O IS deve ser dinâmico para permanecer efetivo em um cenário econômico em evolução.
Contexto Internacional: A experiência internacional destaca a diversidade de abordagens, mostrando que o IS pode ser um instrumento flexível para promover comportamentos mais saudáveis e sustentáveis.
Rumo a uma Tributação Estratégica: A implementação do IS no Brasil deve ser guiada pela busca contínua da eficácia na política pública. A escolha sábia entre alíquotas ad rem e ad valorem permitirá que o imposto seja um catalisador dinâmico de mudanças positivas. A adaptação constante é a chave para o sucesso.